sábado, 23 de janeiro de 2010

Técnicas


As técnicas do Centro ABC Real Portugal são elementos importantes no progresso das crianças autistas. São elas que os acompanham e estimulam. Para executarem o seu trabalho no centro as técnicas têm uma formação inicial teórica com os técnicos americanos do Centro ABC Real Califórnia. Esta formação é ainda renovada de três em três meses. Depois há também uma componente prática realizada em sala e que passa pelo contacto com as crianças ainda em regime de voluntariado. Só depois desse período é que passam a ser técnicas no centro.

O Centro ainda é um projecto recente e, por isso, nem todas as técnicas seguiram este plano à risca. Ana Teixeira, 28 anos, é psicóloga clínica e está na ABC Real desde Setembro de 2009. Nunca tinha trabalhado com autistas mas abraçou o projecto sem dificuldades: “Decidi aceitar este desafio porque numa fase inicial estive em observação, tive formação e apercebi-me que trabalhar com estas crianças é algo extremamente desafiante mesmo ao nível pessoal e profissional”. Para Ana a experiência tem estado a ser positiva e é uma aprendizagem constante: “Todos os dias somos confrontadas com situações novas, com novos progressos, novas dificuldades e eu acho que isso é algo que nos faz gostar de trabalhar com eles”.

Susana Rosendo e Alexandra Aguiar também nunca tinham trabalhado directamente com crianças autistas. Susana tem 29 anos e é licenciada em Educação de Infância. Trabalha no Centro desde Janeiro de 2009 e admite que ”faz mais sentido estar aqui [Centro ABC Real] a ajudar este tipo de crianças. É mais motivante”. Já Alexandra, aos 24 anos tem a licenciatura em psicologia terminada. Saída da faculdade apostou no voluntariado na ABC Real mas sabe que é uma tarefa exigente: “Acho que ainda tenho muito que aprender”, refere.

Algumas das técnicas trabalham em mais do que uma sala. Dividem o seu dia pelas turmas de que estão encarregues. Vanessa Ferreira, 25 anos e Licenciada em Educação Especial e Reabilitação, é a responsável técnica por todas as áreas do Centro. Está na escola desde o início do projecto mas já tinha dado aulas de natação adaptada a crianças autistas. Ao fim de um ano faz um balanço positivo do trabalho e da aplicação do método ABA mas explica que também existem obstáculos: ““Às vezes é difícil sentir que as crianças não estão a fazer os progressos que sentimos que são importantes”.

Susana Pinho, 31 anos é também Psicóloga Clínica. Antes de se propor a ir para o Centro trabalhou numa associação com autistas adultos e esteve também com adolescentes autistas numa colónia de férias. O facto de o autismo ainda ser um mistério é o que a atrai. Desde Agosto na ABC Real, Susana revela que ”é um desafio interessante ver a evolução e ver as competências que vão sendo adquiridas. Ver que a criança tem bastantes dificuldades ao inicio mas que com a intervenção se começa a ver uma evolução e um desenvolvimento”.

Desde Setembro de 2009 no Centro ABC Real Portugal, Patrícia Colaço Marçal já tinha trabalhado com crianças autistas em Inglaterra. Embora também aplicasse o método ABA, na Inglaterra as crianças não tinham a noção de sala que existe no Centro. Licenciada em psicologia sabe que “não é de esperar um desenvolvimento súbito [da criança] ”. Há todo um trabalho e um método a seguir e aplicar: “Cada vez que uma criança vence uma barreira é sempre uma alegria grande e é bom de ver. Quando isso não acontece o que nós fazemos é procurar imediatamente novas estratégias, novas maneiras de fazer com que aquelas características que estamos a trabalhar funcionem com sucesso”.

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